Ontem, parei para ajudar uma senhora idosa cujo cão tinha sido atropelado:
Quem atropelou, não parou e seguiu como nada fosse!
A senhora aflita, sem mobilidade e já com uma mordidela do seu cão ferido, só pedia ajuda para o cão.
Entre eu e outro rapaz que também logo apareceu para socorrer...lá levámos o cão ao veterinário (sempre com a senhora idosa), mas infelizmente o cão não sobreviveu...
...este cão, era a única companhia desta senhora.
Quando lhe demos a notícia tememos pela sua vida: hipertensa e já de uma certa idade, começou a sentir-se mal e só dizia ...” aí, o amor da minha vida, a minha companhia!”
Tentámos saber se tinha alguém e lá descobrimos que tinha duas filhas...” mas elas não querem saber de mim!”.
Insisti e depois de algumas voltas, lá consegui ligar para uma das filhas a explicar a situação, e que a mãe estava mal e que nós eramos dois estranhos e que a senhora precisava de ir para o Hospital...
...cada resposta da filha ao meu apelo era pior que a anterior e lá acabei por dizer: vamos levar a sua mãe para o Hospital!
E levámos! Com um sentimento de revolta: a senhora desorientada, triste, a chorar, a tremer, a querer desmaiar, estava entregue a dois estranhos! E só agradecia e pedia para não a deixarmos!
Ficou internada e nem sei se alguma filha apareceu, mas foi-nos dito que era um caso já conhecido: abandono familiar!
Este não é um conto daqueles que às vezes me passam pela cabeça.
Vivi isto tudo ontem a vivo e a cores.
...que Humanidade é esta?
(Imagem retirada da Internet)
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