Agora que já passaram uns dias, já consigo expressar a minha
opinião sobre Marraquexe...até agora ainda não tinha percebido bem qual o
sentimento que tive por esta Cidade.
Convém realçar que fomos os 4, e com duas crianças e de
Férias, fizemos um misto de descanso e passeio...
...li bastantes artigos, blogs, noticias sobre Marraquexe
antes de ir e li de tudo, os que odeiam, os que amam, que “primeiro estranha-se
e depois entranha-se”...
Chegámos ao fim da tarde e fomos à noite para a Medina
(Cidade Velha envolta em Muralhas) jantar...e para mim e as minha crias foi um
impacto terrível...passar a principal Praça de Marraquexe – Praça Jemaa El Fna,
onde tudo acontece, cheia de pessoas, turistas e nativos, um povo tão
diferente, imensas mulheres com burka, muita gente a pedir...milhares de
pessoas, tudo diferente...e o terror de os perder naquela confusão!
Ficámos 5 dias no Zalagh Kasbah Hotel & Spa, não é mau,
tem piscinas ótimas, mas o serviço e a maioria do pessoal deixa muito a
desejar, embora sejam todos muito simpáticos. Para nós foi ótimo, não só por
causa das piscinas (onde as crias ficaram horas a fio), mas porque descobrimos
que fica muito perto de um Centro Comercial, com um Hipermercado (água, mais
água,), uma Farmácia (foi muito útil para ir comprar Imodium) e Burguer King
(lá safámos um pouco a alimentação das crianças), um Fun Park que as crias
adoraram e lojas normais de um Centro Comercial.
Marraquexe é uma cidade seca e muito quente, pelo que
optámos por sair sempre de manhã. À tarde piscina e voltávamos a sair por volta
das 19/20H.
Não conhecemos tudo o que queríamos, com crianças em viagem
temos de ser flexíveis e acabamos por não conseguir fazer tudo o que estava
planeado! Conselho: descontração!!! Em família temos de respeitar os tempos e
vontades de cada um e não criar elevadas expectativas quando se viaja com
crianças!!! Acaba tudo por correr pelo melhor!
E depois do primeiro impacto terrível, lá fomos conhecer Marraquexe
à luz do dia...e é toda outra sensação: a cor (chamam-lhe a Cidade Vermelha,
pela Cor Rosa Ocre de todos os edifícios, muralhas em Marraquexe), o movimento
(não conduzem, circulam), as vestes, a bandeira de Marrocos hasteada em todo o
lado, as ruas cheias de comércio, os sons das pessoas e aqueles vindos das
mesquitas (chamamento para as 5 orações públicas diárias) e os cheiros...tão
diferentes, tão intensos...tão agradáveis.
Na Medina, vivemos intensamente a Praça jemaa El Fna,
absorvemos tudo o que havia para ver, cheirar, provar nos Souks (ruas
labirínticas) e conseguimos não comprar quase nada, embrenhámo-nos nas
Farmácias, a provar os seus remédios naturais, a conhecer o processo do óleo de
Argan, a descobrir praças e pracinhas e terraços para ver a vista e a apreciar
o Pôr do Sol por cima da Praça.
Conhecer Marraquexe não é difícil...uma manhã pagamos cerca
de 300 Dirham (cerca de 26 Euros) e combinámos com um taxista fazer
um pequeno Tour pela Cidade - utilizar sempre os Táxis oficiais e pedidos no Hotel e ter atenção a tarifa oficial. Não entrar nunca no táxi sem antes negociar a tarifa para o trajeto pretendido!!!
Nessa manhã fomos conhecer o Bairro Judeu, La Palmeraie
(onde se pode dar uma volta de camelo...de nós os 4, apenas o meu filho teve
coragem e paciência para aguentar o calor!), e o Palácio da Bahia (do século
XIX e embora não sendo espetacular, alberga histórias de vizirs, escravos,
concubinas, saques...). Este “guia” mostrou-nos ainda a Cidade Nova, que
contrasta com a Cidade Velha, não na cor, mas no luxo e
modernidade...(McDonalds, Zara, YSL, condomínios luxuosos, restaurantes cheios
de charme...).
A noite foi para mais uma volta na Medina e jantar num
Terraço lindíssimo, e muito bom, onde o ponto alto foi ouvirmos claramente o
ultimo chamamento para a Oração Publica, entre mesquitas. Comida maravilhosa
mas acompanhada por água (muitos Restaurantes não têm autorização para vender
álcool). “Nomad”, foi sugerido por uns amigos e não decepcionou.
Conseguimos ainda passar umas horas no Jardim Majorelle (jardim
botânico, islâmico e muito dedicado a Yves Saint Laurent) e nestes dias,
assistimos a um Jantar / Espetáculo onde conhecemos as músicas, os
instrumentos, as danças, as tradições.
Não amei Marraquexe...também não odiei...estranhei e não foi
uma cidade que se tenha entranhado...
...excepto, e porque já a alguns dias de distância, consigo
perceber que para mim, vai ficar sempre associada aos 5 sentidos.
É uma cidade que nos obriga a ter o olhar sempre em alerta,
onde constantemente se ouvem sons diferentes, onde é obrigatório cheirar as
especiarias, as frutas, os óleos, as plantas, os chás, onde apetece tocar nos
inúmeros cestos expostos com todo o tipo de ervas, e onde exploramos sabores
tão novos!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário