quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
Sobre o caso do rapaz que morreu no Hospital de São José porque não havia neurocirurgiões de serviço
Sobre o caso do rapaz que morreu no Hospital de São José porque não havia neurocirurgiões de serviço....(normalmente não gosto de comentar noticias, mas esta vai ter de ser)...O POVO PORTUGUÊS TEM UMA PASSIVIDADE INCRÍVEL E CHOCANTE, ATÉ! (atenção que não estou a incentivar atitudes revolucionárias e violentas)...Mas é assim:
1. Há uns anos fui para o Hospital de Évora com uma espinha na garganta que estava a causar uma infecção...Era fim de semana, e a médica como não havia a especialidade para tratar do assunto, decidiu que eu iria para o Hospital de São José de Ambulância... Depois de me darem esta noticia,,,refleti um pouco e achei aquilo tudo era ridículo! (quanto custaria aos contribuintes ir de Evora para São José tirar uma espinha?, porque não podiam chamar alguém que estivesse de prevenção? E porque é que a medica não me dava alguma coisa para a infecção e eu voltaria na Segunda Feira para tirar a espinha?). Depois de transmitir isto tudo à medica de forma civilizada, informei que me recusava a ir para Lisboa e que ela podia me dar alguma coisa para a infecção e eu voltaria na 2ª Feira para ser vista pelo especialista!!!! Ui!!! Foi o cabo dos trabalhos...que não podia ser...que eu tinha de ficar internada se me recusasse, que não podia sair do Hospital sem uma terceira pessoa se responsabilizar!!!!! Eu MEXI_ME...discuti...argumentei...e consegui ir para casa (sem medicação). Na 2ª Feira tive de fazer uma pequena cirurgia e fiquei de baixa 15 dias (o medico que me assistiu disse-me que bastava um antibiótico no fim de semana!!!!!!)
2. Há uns anos a minha tia Lurdes Girão começou a deitar muito sangue do nariz (era tanto que teve de levar transfusões)...Foi para o Hospital de Cascais e andou uma noite e uma manhã a ser transportada para Santa Maria (que não sabiam o que haviam de fazer) e mandavam-na de novo para Cascais e depois o mesmo cenário e mandavam-na de novo para Santa Maria...as voltas foram tantas que quando de manhã chegamos ao Hospital de Cascais para saber dela...NÃO SABIAM ONDE ESTAVA...a cara do senhor da receção que me atendeu quando fui reclamar e pedir para ser atendida por alguém responsável e viu o registo dela foi de choque! Disse que não saia dali sem ser atendida por um Diretor(a) e pedi o livro de reclamações e apareceu logo o dito e aflito mandou-nos logo entrar e já sabiam da minha tia. A verdade é que depois disto, lá resolveram finalmente interna-la e trata-la em Santa Maria (e já não andou a ser despachada de Hospital para Hospital)!
Conclusão: os meus casos aqui contados não são nada...ninguem morreu e tudo se resolveu...mas tivemos de nos REVOLTAR e EXIGIR TRATAMENTO E EXIGIR O QUE QUALQUER SER HUMANO TEM DIREITO: SAUDE E DIGNIDADE. NÃO HOUVE NENHUMA ALMINHA NAQUELE HOSPITAL QUE FOSSE CAPAZ DE MANDAR VIR UM NEUROCIRURGIÃO TRATAR DE UM CASO DE VIDA OU DE MORTE???? NÃO HOUVE NINGUEM QUE SE REVOLTASSE??? PASSIVIDADE É O QUE NOS CARACTERIZA!!!!!! E SE ALGUMAS VEZES ISSO É UMA QUALIDADE...NA MAIOR PARTE DAS VEZES ... ISSO É CHOCANTE
domingo, 13 de dezembro de 2015
E quando começam a aprender a ler...
Ele: "Doi-me o cotovelo!"
Ela" "AAAAAA, mãe, o Mano disse uma asneira"
Eu: "Filha, cotovelo não é uma asneira"
Ela: "Mãe, ele disse "CU" - tovelo...não se pode dizer CU!"
Ela" "AAAAAA, mãe, o Mano disse uma asneira"
Eu: "Filha, cotovelo não é uma asneira"
Ela: "Mãe, ele disse "CU" - tovelo...não se pode dizer CU!"
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
Ser Feliz custa tão pouco
A Dor Cronica e a capacidade de respeitarmos o nosso corpo e mente é tão tácito e tão "difícil" de termos essa percepção.
Ter Dor Crónica não quer dizer que tenhamos de ser infelizes, quer dizer que temos de nos respeitar (aprendi isso ontem...mais uma vez com o meu Deus da Dor - Jorge Cortez - e o meu marido que me fez ver que "tentar chegar a tudo", neste momento não é uma qualidade minha, mas sim uma teimosia)
E pronto, novo dia, sem qualquer dor!!!
Chegar ao trabalho e ter uma surpresa de uma pessoa que admiramos...faz-nos Felizes!
Falar com a pessoa que me encaminhou para o meu Deus da Dor e ouvir também palavras de felicidade ...faz-nos Felizes!
Afinal Ser Feliz custa tão pouco!
sábado, 14 de novembro de 2015
Geração dos meus filhos
Setembro 2013 - No carro
Ele: (8 anos): "Mãe, o teu radio ouve-se mal...devem ser roubado a internet!"
Filha de outra gente
Outubro 2013
Ela (5 anos) "Ai é...sendo assim vou ser filha de outra gente, mas fico a viver cá em casa!!!"
Trabalho em Évora
Dezembro 2013
Ele (7 anos): " Mãe, podes arranjar um trabalho cá em Évora"
Eu: "Ó filho, isso não é assim, isso é muito difícil" (silêncio de segundos)
Ele: "Olha mãe, já sei, vais ser professora na minha escola, é isso!"
Eu "Mas eu não sei ser professora, não estudei para isso, blá, blá, blá...." (silêncio de segundos)
Ele: "Olha, está decidido, já sei! Vais trabalhar para a minha escola ser professora de Jogos Matemáticos. Vê lá, mãe? Se não estou a pensar bem? Todos gostam de ti na minha escola, tu és boa a fazer jogos, e além disso, tu gritas e nós ficamos calados...É isso mãe!!! O que achas?"
Ele (7 anos): " Mãe, podes arranjar um trabalho cá em Évora"
Eu: "Ó filho, isso não é assim, isso é muito difícil" (silêncio de segundos)
Ele: "Olha mãe, já sei, vais ser professora na minha escola, é isso!"
Eu "Mas eu não sei ser professora, não estudei para isso, blá, blá, blá...." (silêncio de segundos)
Ele: "Olha, está decidido, já sei! Vais trabalhar para a minha escola ser professora de Jogos Matemáticos. Vê lá, mãe? Se não estou a pensar bem? Todos gostam de ti na minha escola, tu és boa a fazer jogos, e além disso, tu gritas e nós ficamos calados...É isso mãe!!! O que achas?"
"Hambúrgueres do Capitão Iglo"
Abril 2014
Pai: "Filho, hambúrgueres do Capitão Iglo? Isso não faz sentido...não se pescam hambúrgueres!"
Ele (8 anos): "e achas que se pescam douradinhos?"
O dia do Trabalhador (pelos meus filhos)
1 de Maio 2014
Ele (8 anos): "Mãe, não achas que o dia do trabalhador está ao contrário?! O Trabalhador é quem trabalha, por isso devia estar a trabalhar"
Ela (5 anos): "Mãe, quem é o Trabalhador?"
terça-feira, 10 de novembro de 2015
Despojo do Desespero
Tenho um Dor Crónica há cerca de 4 anos. O que é a Dor Crónica? Neste site explicam bem do que se trata.
Este texto não é sobre o que é a dor crónica, é um “despojo” como uma amiga costuma intitular os seus textos...mas este é um “despojo do desespero”...roubo o termo porque não encontro outro tão adequado.
Há 4 anos que sofro com uma dor na perna, após um numero significativo de médicos e diagnósticos (incluindo uma biopsia), um dia esbarro com um médico da medicina da dor – Dr. Jorge Cortez – que foi o único que conseguiu descobrir as causas e dar-me a qualidade de vida “despojada” há 4 anos!
Quem passa 4 anos “despojada” da sua qualidade de vida e “despojada” de “chegar a todo o lado” (como sou caracterizada pela minha fisioterapeuta), por muita capacidade física e psicológica que tenha, acaba por se “despojar da vida”.
Sou Feliz por natureza e após a felicidade de ter esbarrado com o Dr. Jorge Cortez, durante dois meses, voltei a ter tudo, a não sentir dor, a fazer tudo, a “chegar a todo o lado”!!! E nestes dois meses “despojei-me” da lição já dada pelo médico, pela fisioterapeuta, pelas várias leituras já realizadas...
Aprendi a lição da pior forma...passados 2 meses de voltar a “ser eu” (como diz o meu marido)...crise de ciática aguda, repouso, e retorno a todas as limitações que me causam desespero absoluto. O ser humano tem a característica de ser estúpido. Eu fui estúpida!
Tenho Dor Crónica, e a minha estupidez fez com que mais uma vez a Dor vencesse! Neste momento, tudo o que sinto é desespero...quero fazer tudo, dar mais, viver mais e não posso...porque fui estúpida!
Intitulei e roubei este titulo “Despojo do Desespero”, porque vou acabar com ele.
Vou viver com as limitações que tenho (que afinal são tão poucas), vou aprender que o chegar a todo o lado tem de ser com calma e sempre “pensado”...afinal tenho tudo e aqueles que me permitem viver bem com as limitações (que afinal são tão poucas)!
“Agir, eis a inteligência verdadeira...” Fernando Pessoa
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